6 de abril de 2013

Amores, dores

Não queria mais ser mártir,embora soubesse que amar é doer e que sempre foi assim e essa era a natureza dascoisas. Decidiu que é melhor sentir dor. E assim amou, amou, amou. Mas ainda não sabia como não tinha matado nenhum homem, porque todos os namorados, amantes, pais, irmãos, amigos, todos a quem amava a tiravam do sério. "Deus, dai-me paciência, pois, se me dá uma pistola, eu o mato."

27 de agosto de 2012

7, Stuttgart

De repente, caem vinte graus no marcador de temperatura. Chove frio, dentro e fora de mim. Uma semana já. Bom, eu estou entendendo alemão um pouco melhor.

6, Stuttgart

O verão aqui é mágico e a cerveja, excepcional.

24 de agosto de 2012

5, Stuttgart

Hoje foi o grande dia. Apesar do tempo ruinzinho para minhas longas caminhadas, depois de quatro dias maravilhosos de sol e alegria, realizei um grande sonho que venho guardando há algum tempo: visitei o conjunto de Weißenhof. Infelizmente, a chuva não me perimitiu ver todo o conjunto, passear com calma pelas ruas. Mas só de entrar no Weißenhofmuseum nas casas geminadas de Le Corbusier, senti-me uma pessoa de sorte. Aquelas casas de 1927, tão modernas, tão inovadoras, viram lá do alto as casas ao seu redor e também uma cidade inteira serem destruídas na segunda-guerra mundial. O que me surpreendeu foi o trabalho de primeiríssima qualidade do museu. Metade da casa destina-se à exposição de um material incrível, distribuído em fotos, maquetes, textos, vídeo, áudio, entre outros. A outra metade está organizada como casa, o que por si só, já é fantástico. O mobiliário da época, não sei se é original ou réplica, é icônico. É o pensamento que guiou décadas de design e arquitetura. Uma jóia escondida na cidade. Não vejo a hora de voltar. Como viver? Essa era a questão e talvez ainda seja. Mas conceitos que já não funcionavam foram quebrados com projetos como esses. O que temos hoje, o que pensamos, do que precisamos? Como viver?

23 de agosto de 2012

4, Stuttgart

Às vezes, parece que tudo precisa dar errado antes de algo dar certo inesperadamente. Não consegui me registrar na faculdade, não consegui depositar dinheiro na minha conta do Deutsche Bank para poder pagar todas as coisas daqui que serão debitadas automaticamente (seguro-saúde, aluguel, taxas de matrícula e registro etc.). Mas tirei fotos lindas pela manhã. E o que aconteceu? Perdi tudo quando estava passando. E é aí que abro o meu email, vejo que minha bolsa finalmente saiu! Apesar de ser por metade do tempo e metade do dinheiro que eu esperava, parecia que não ia mais sair e eu confesso que já nem tava mais pensando nisso pra não ficar triste... É estranha a sensação de que tudo precisa dar errado pra algo que se deseja muito poder dar certo. A vida é assim, o mundo é assim. Tira um pouco, dá um pouco. Já dizia a física: tudo tende ao equilíbrio. Até o caos.

22 de agosto de 2012

3, Stuttgart.

Engraçado como mudar de lugar faz a gente mudar de ideia. Para mim, muros sempre significaram alguma maneira de exclusão. Aqui em Stuttgart, porém, percebi que uma boa parte do parque Schloss garten tem muros, para barrar o ruído das avenidas e, mesmo assim, o parque é seguro e bonito. E os arredores não foram desvalorizados por muros. Não defendo os muros agora, mas não acho mais que eles são necessariamente segregatórios... Penso na praça Victor Civita e nas soluções adotadas... Penso nos professores da FAU dizendo que vegetação não "disfarça" muro. Quando voltar, vou pedir para eles que imaginem os parques que tenho visto sem a vegetação rente ao muro, quão horríveis ficariam. E eles funcionam muito bem como estão! São mais ocupados e utilizados do que qualquer parque que já vi no Brasil!

21 de agosto de 2012

2, Stuttgart

Cada um veio de um canto do mundo. Um já conhece o novo terreno. O outro não sabe nada. E, juntos, se misturaram, como se fossem de lá. E explicar as principais diferenças da arquitetura modernista e da pós-moderna fica muito mais difícil em inglês e em alemão. Mas o que conta no fim das contas é a sensação do lugar. Habitá-lo, por uns minutos ou por um ano. E eu abri uma conta no Deutsche Bank em menos de uma hora e com 2 documentos. Isso prova que tudo pode ser tão simples, basta que as pessoas usem a inteligência e, às vezes, confiem um pouco mais umas nas outras! Para que burocracia? Lugares habitados hoje: Staatsgalerie, Schloßgarten, Hauptbahnhof, Königstraße u.s.w.

20 de agosto de 2012

1, Stuttgart

Meu quarto é uma cela sem grades. E essa cidade, uma escuridão com postes de luz. Tudo é muito estranho.

22 de julho de 2012

Fora

Agora que coloquei dentro dessa minha cabeça que tenho que botar tudo pra fora, talvez o bicho pegue. Ou talvez eu só volte a escrever um dia.

21 de julho de 2012

Frio

Essa dificuldade que hoje eu tenho para escrever é a mesma que eu tenho para botar tudo pra fora. Simplesmente botar tudo pra fora. É muito amor. E muita tristeza. É tudo ao mesmo tempo, na verdade. Paz e caos. Calor e frio. Saudade e independência. Não são os opostos. São todas as coisas, misturadas, trituradas, renascidas, mortas. Todas juntas dentro da minha cabeça, dentro do meu corpo, dentro da minha alma. Quero ir, quero ficar. Quero estar em todos lugares ao mesmo tempo. E eu quero isso porque nenhum quer trazer paz ao meu espírito. Quero ir embora, quero ficar em movimento para não mover meu pensamento. Eu odeio tudo o que eu escrevo hoje. E só quem sabe como eu amava escrever poderia entender isso. Talvez não. Para que quero que alguém entenda alguma coisa? Para que entender? A verdade é clara: todo mundo vai morrer e ninguém sabe pra onde vai. Ainda assim ninguém consegue parar de desperdiçar tempo, talvez ele seja feito para isso mesmo. Eu entendo tão bem e, mesmo assim, não consigo me conformar. Talvez eu não entenda porra nenhuma. Por que tudo precisa acabar? Se até mesmo essa tristeza vai passar, por que isso não consola? Por que você foi embora antes de mim? Era para eu carregar essa culpa. E agora eu vou carregar esse vazio, esse buraco nesse peito que odeio, que não consigo carregar. Desesperadoramente cheio de vazio. Não quero nada, não quero voltar para o passado. Só quero a sensação que sentia quando éramos felizes. Todos nós. Não quero a busca, não quero nada. Só quero sentir aquilo de novo, maior do que eu, maior do que o limite da eternidade. Aquilo e nada mais. Não preciso pedir ao diabo que pare o tempo, congele aquele belo instante. A sua passagem é que justamente é o barato da coisa. Sentir aquilo fluir, descompassado, selvagem. Amor naquilo tudo que o relógio não descreve. Agora sei o que eu sinto. Frio, todo frio do mundo. Meus pés estão imóveis, gelados, roxos. Minhas mãos. É inverno da alma. Mudar de me hemisfério não vai me trazer o verão de volta. Vai me trazer algo de volta? Nada, nada. Existe algo novo? Queria que existisse, mas não estou otimista. Fingir para quê? O sofrer já está insuportável, mas a vida é assim às vezes. Sempre parece a pior dor de todas. Não sinto mais os meus pés. Esse vento gelado entrando por esse vitrô velho, deve ter umas estórias estranhas pra contar. Mas agora não quero ouvir nada. O que fazer com essa apatia? Você pode envelhecer, mas, no fundo da alma, as dúvidas são sempre as mesmas porque os medos são sempre os mesmos. A Alemanha era meu refúgio, era a minha terra prometida. Você não tinha o direito de conquistá-la antes de mim. Tô enciumada da terra que não é, nem nunca foi, minha. Quando me afasto de você, também me afasto da verdade. Não era pra ser assim também. Não era pra ser nada disso agora, mesmo sabendo que depois pensarei que era pra ter sido assim, já que foi e deu naquilo que ainda não foi. Meu Deus!!! Salvem minha alma. Ninguém. Só eu vou poder mergulhar mais fundo. Só eu vou poder voltar para a superfície de mim e respirar. Talvez seja isso. É, talvez eu precise aceitar isso. Talvez eu precise dormir. Não quero fugir. Não quero fugir. Quero ter força para rezar. E pedir, implorar para que tudo o que é ruim saia desses caminhos entre mim e o resto do mundo. Me fecho ou me abro? Fico ou vou? Só preciso saber como vou fazer tudo isso. Espero ou reajo? Que faço eu? Quero saber, quero responder, quero matar essa charada. Já é um querer. Sempre quis saber tudo. Agora quero saber como eu paro com isso.

3 de julho de 2012

8h

Oito horas para fazer o que precisava ser feito em 8 dias. Oito horas: três plantas, três cortes, quatro elevações e uma maquete. Dezoito horas para tudo terminar. E quando terminar, meu deus, nunca achei que fosse sentir falta! Adeus, FAU, quando te reencontrar, já serei outra. Tu também serás. Mas seremos ambas ruína e renascimento.

9 de junho de 2012

Transcender a eternidade

Eu juro por deus que eu vou sentir isso de novo. Eu vou.

Sofrimento

A pior parte é que eu não vou conseguir parar de acreditar no amor e, portanto, de ser uma completa idiota. Completa idiota. Não quero ser mais uma egoísta nesse mundo. Eu sei que eu vou preferir sofrer. Porque eu preciso do amor. Porque eu sou uma idiota. Porque eu não me arrependo do amor verdadeiro e sincero, mesmo quando eu quero me arrepender. Eu sou uma idiota. Uma idiota. Uma idiota. Eu não quero viver vidinha de novo. Imploro: Deus, não me deixa viver a vidinha de novo. Eu quero VIDA. VIDA. VIDA. VIDA. VIDA. VIDA. VIDA. VIDA. E tudo que eu sinto agora é morte.

8 de junho de 2012

Amor

Quando a gente encontra o amor da nossa vida, a vida ganha muito mais significado. Muitas coisas passam a ser possíveis. Perdê-lo dói, mas a sua beleza fica para sempre. A magia nunca se perde. Apesar das tristezas, do ódio, das decepções e desilusões, a vida vai ser muito mais grandiosa e repleta de significados depois de você, pois parte do nosso amor vai me acompanhar para sempre. Tudo o que nós vivemos foi tão gigante dentro do nosso mundo pequenino, romântico, florido. Cozinhamos, dançamos, fizemos músicas, ouvimos músicas, escrevemos, desenhamos, nos abraçamos com tanta pureza, desejo e amor. Nos amamos tanto. O que há de triste há de passar. O que é bom vou levar pra sempre. Nossas comidas, nossas músicas, nossas piadas, nossas manias. "Because i'm still in love with you, i wanna see you dance again"... Meu amor, eu vou te amar pra sempre, de um jeito ou de outro. O que a gente construiu nunca foi destruído. Foi doloroso nos desencontrarmos, tomarmos rumos diferentes - ainda é. Mas um dia, só o que o amor nos trouxe de bom vai nos acompanhar se formos sinceros com nós mesmos. Obrigada por tudo, Guilherme.

7 de junho de 2012

Eu acreditei no amor

e ainda acredito. Eu só não entendo.

11 de fevereiro de 2012

Partidas, idas

Eis que chega a hora, atropelando todas as outras horas. Sem volta, sem escapatória. Um último suspiro, tímido, tentando a negação diante dos fatos. Olhar pra trás vai doer, é o inevitável pairando, pesado, sobre os ombros. Despede-se, discretamente, até com vergonha, dos seus sonhos. Arrastou-os por tanto tempo, cultivando com zelo e também com um pouco de desprezo, tamanho o tempo que se escondem. Invade a alma, réquiem silencioso. É preciso mais do que andar para a frente. É preciso andar com os pés.

21 de janeiro de 2012

Ξ, ξ

Maiúscula ou minúscula, realmente uma letra inspiradora. Que o mundo ouça o seu som.

15 de janeiro de 2012

Pendência

Quando acabar com todas as pendências, vou conseguir fazer o que quero. Quando acabar com todas elas, não haverá mais nada a ser feito. Então, danem-se as malditas. Vou viver com pendências esquecidas.

30 de novembro de 2011

Botões

Deixei, sem querer, botões vermelhos caírem pelo meio do caminho. Na verdade, deixei que fossem roubados, bem debaixo do meu nariz. E segui meu rumo. Não me importei de continuar sem eles e sem outras tantas coisas. Passa, tudo passa. Então, num dia comum, num dia totalmente sem propósito, jogam-me esses botões de plástico como se eu fizesse muita questão. Desabotoada, segui em frente. Não, ainda não faço questão. E acho que nem farei, embora eles tenham sido meus. Fico feliz que saiba me desapegar daquilo que precisa, inevitavelmente, morrer. Algumas outras tantas coisas ainda não se conformaram com o prenúncio certeiro da morte. Não tenho pressa, tampouco me aflijo.

27 de novembro de 2011

Arquitetura

Pra que te quero? Te quero?

7 de novembro de 2011

Com esses olhos fundos

Com esses olhos fundos, vejo mais do que gostaria. Tudo se encaixa, nada se resolve. Por que, mãe, você faz isso? Pai, que eu faço para te irritar tanto? Irmã. Deixem-me sonhar, não me pisoteiem dessa maneira, sempre essa dose lenta, pequena, que só eu vejo. Chega disso e chega mais perto, vê que tenho sonhos. Será que ainda os tenho? Sou irmã mais velha, mas ainda assim, sou irmã. Pai, eu não sou minha mãe, pra você chegar e descontar suas frustrações. Mãe, eu não sou pistola pra você atirar em meu pai, culpando-o pela minha tristeza. Acordem, pelo amor de deus, sou humana. Não sou instrumento. Não sou ameaça. Era pra eu ser filha. Fecho meus olhos e tudo isso continua. Estou num ninho de serpentes, sem veneno, mas com dentes afiados. Quisera eu saber a verdade e me satisfazer com ela, como fazem os prepotentes.Tenho a sensação de saber das verdades e a impotência de revertê-las. E é isso que me mata todo dia um pouco.

9 de outubro de 2011

Saudade, só de imaginar

Quando imagino o tamanho da distância, me arrepio. É a distância do tempo, o seu comprimento. E a distância do Atlântico. Um frio na espinha. Sinto um medo gigante. Não sei o que será, mas alguma coisa vai ser. É um ou outro. Porém, duma coisa tenho certeza, Guilherme: você vai estar bem pertinho, bem dentro, do meu pensamento, do meu coração. Todo santo dia. Cá ou acolá.

25 de setembro de 2011

Haus der Lüge - Einstürzende Neubauten

Erstes Geschoss: Hier leben die Blinden die glauben was sie sehen und die Tauben die glauben was sie hören festgebunden auf einem Küchenhocker sitzt ein Irrer, der glaubt alles was er anfassen kann (seine Hände liegen im Schoss) Zweites Geschoss: Rolle für Rolle Bahn für Bahn Rauhfaser tapeziert in den Gängen stehen Mieter herum Betrachten die Wände aufmerksam suchen darauf Bahn um Bahn nach Druck- und Rechtschreibfehlern könten nicht mal ihren Namen entziffern Auf ins nächste Geschoss: Welches, oh Wunder! nie fertiggestellt nur über die Treppe erreicht werden kann hier lagern Irrtümer, die gehören der Firma damit kacheln sie die Böden an die darf keiner ran Viertes Geschoss: Hier wohnt der Architekt er geht auf in seinem Plan dieses Gebäude steckt voller Ideen es reicht von Funda- bis Firmament und vom Fundament bis zur Firma Im Erdgeschoss: Befinden sich vier Türen die führen direkt ins Freie oder besser gesagt. in den Grundstein da kann warten wer will um zwölf kommt Beton Grundsteinlegung! Gedankengänge sind gestrichen in Kopfhöhe braun infam oder katholisch violett zur besseren Orientierung Dachgeschoss: Es hat einen Schaden im Dachstuhl sitzt ein alter Mann auf dem Boden tote Engel verstreut (deren Gesichter sehen ihm ähnlich) zwischen den Knien hält er ein Gewehr er zielt auf seinen Mund und in den Schädel durch den Schädel und aus dem Schädel heraus in den Dachfirst dringt das Geschoss Gott hat sich erschossen ein Dachgeschoss wird ausgebaut Gott hat sich erschossen Ein Dachgeschoss wird ausgebaut Ein Dachgeschoss wird ausgebaut Untergeschoss: Dies ist ein Keller hier lebe ich dies hier ist dunkel feucht und angenehm dies hier ist ein Schoss

Estrela solitária

Tem estrela que brilha, mas tá morta. Tem estrela que está viva, mas não brilha. E tem estrela solitária, viva ou morta.

6 de agosto de 2011

Contrário

Pois, desta vez, é o contrário:
não sabendo o que fazer, não consigo saber o que sentir.
Quero ir e quero ficar. E não quero nenhum dos dois.

30 de julho de 2011

Saudade

Por que é sempre grande? Não existe saudade tamanho P, só GG. Saudade P não é saudade, é tentativa de se sentir humano. Saudade sempre dói quando nasce e sempre alegra quando morre.

Diógenes

Estou a pensar se Diógenes de Sínope se sentia em paz ou apático.

21 de julho de 2011

Vá para os diabos

Adoro essa frase!

17 de julho de 2011

Angústias distraídas

Chega a ser impressionante a maneira como o ser humano se sabota: suas angústias mais profundas são deixadas de lado com o tempo. Porém, ao invés de serem mortas e, dessa maneira, resolvidas, são esquecidas à força. Nunca poderiam ser esquecidas de fato. O corpo, estranho que é, gera os mesmos sentimentos de outrora diante de coisas novas. E, até então, não sabe disso. São distrações que nos fazem definhar aos poucos, tentando consertar buracos onde há apenas sombras.

Grande Álvaro de Campos

De pensar que sabia tinha suas poesias decoradas... que loucura.

Mãos dadas

Pois, assim é: se te dou a mão, é porque quero andar contigo.
E se quero andar contigo, é porque gosto de ti.
E se gosto de ti, nada posso fazer.

Instante grande

Quantas coisas cabem num instante? Num bem grande pode-se ir e voltar algumas, talvez muitas, vezes. Mas tem algo que sempre está presente. Algo que separa um instante do outro.

15 de julho de 2011

O louco e a cidade III

Acreidtem, hoje sei o que esse louco pensa. O que ele vê eu espio da janela. Um pouco, bem pouco. É o mesmo gosto, diluído.
Perdoar é impossível quando o perdão não é pedido. Não vem do coração. É só uma tecla a mais a ser batida.

2 de julho de 2011

Raposas inúteis e coelhos ingênuos

As raposas inúteis, assim como os coelhos ingênuos, estão certos por nunca se preocuparem com o que é certo, por nunca nem saberem o que é isso. São inúteis e ingênuos e nem sabem disso. E, assim, vivem do jeito que eu queria viver. E sofri tanto para chegar a uma conclusão que me faz sofrer mais. Sou gente sem vontade de ser gente, acho chato ficar pensando com a cabeça e sentindo com as vísceras. Melhor seria ser feliz como só um animal que não sabe o que é isso pode ser.

7 de junho de 2011

Insatisfação crônica

Sempre em dúvida. Sofrendo por besteira, sofrendo por estar sempre insatisfeita. Pelo passado, pelo futuro, pelo real, pelo imaginado. Que mais poderia querer? Casa boa, família boa, namorado bom. Vida boa. Não queria mais. Não queria menos. Queria não querer, queria querer qualquer coisa, grandiosa ou simples. Mais ou menos. Queria crer. Queria deixar de crer. Queria saber. Sempre desejando, nunca sabendo. Sempre sabendo mais do que deveria, menos do que gostaria. Mais? Vai e volta. É sempre assim. Às vezes, não. Às vezes, simplesmente faz bem e, por isso, é fantástico. Por que frustra tanto? Por que tanto sofrer à toa? Perguntas sem respostas, respostas sem realidade. Ficando feliz por coisa pequena. E por outra coisa, pequena igual, ficando tão triste. Sempre em dívida, sempre dividida.

Queria ter feito a droga da fonte que a minha mãe queria, só para deixá-la feliz. E eu não consegui. Mais uma coisa que posterguei. Estou frustrada comigo de novo, tentando pôr a culpa nas coisas. Misturando tudo, vivendo por entrelinhas, bem como escrevo. Mas escrita não é nada. A vida é alguma coisa.

4 de junho de 2011

R.A.M.O.N.E.S.

Vou ouvir Ramones pra sempre. Vou cantar com ou sem dentadura.
Canções de amor, demência, sujeiras, loucuras, rolês estranhos, sacolinhas e afins.

22 de maio de 2011

Ir embora, de novo

Sempre soube que, ao voltar, quereria ir embora depois de um tempo. Seria o limite da paciência? Seria porção de aprendizado suficiente? Seria a hora? Seria o destino? Ou seria só ir embora?
Embora ainda tenha algumas coisas para concluir por aqui, sinto que esse momento se aproxima...

25 de abril de 2011

Talvez

Talvez eu não tenha que carregar tudo isso mesmo.
O problema é deles. Que se entendam. Que se amem, que se odeiem.
Estarei por perto, vivendo-me.

13 de abril de 2011

Pique-nique ensolarado

Quero numa tardinha quentinha pique-nique psicodélico, com as boas risadas de outrora. Quero amor que chega com a brisa tímida... Quero toalha colorida, confeitos encantadores e água prateada! Ia ser bem gostoso!

31 de março de 2011

Medo

Sempre sonho que dirijo e o carro está sem freio ou simplesmente não acelera. E eu conheço essa agonia tão bem. Mas há de passar. E logo.
Falo comigo mesma.

28 de março de 2011

O louco e a cidade II (o I não existe fora do sonho)

Centro de sempre: pessoas, muitas pessoas. Manhã de sempre: quente, tranquila, brasileira, campineira. E um louco atira pedras. Não, o louco atira garrafas, infinitos cacos de vidro, cada vez mais ínfimos. Alguns juntam-se ao louco. Dessa vez, eu estou com a maioria: fugindo e tentando me proteger. E a cidade é uma assustadora selva de vidros estilhaçando ininterruptamente.

24 de março de 2011

Força

Se você mistura com um pouco de bondade, a vida se torna mais plena.

23 de março de 2011

Godeaux III

Muitos não entendem o meu imenso amor por bichos, devem achar que vou virar uma tiazona cheia de gatos e cães (estereótipo besta!)! Mas vocês não falam a mesma língua que eu. Eu falo coelhês fluentemente. Falo de maneiras que não sei descrever. Mas esses bichinhos, sapecas e devotos, entendem muito melhor do que os seres humanos... Isso chama natureza, isso chama amor. Godeaux, você fez - e faz - a minha vida muito, muito mais bonita. Eu te amo em coelhês.

No divã III

Hoje não vim falar de coisa ruim. Vim dizer o quanto me sinto bem nesse momento: apaixonada; consegui dirigir com a minha mãe (embora tremesse como um bambu verde); musicalmente realizada (compondo, tocando música irlandesa, decorando mais do que o normal, recebendo elogios da melhor professora do mundo...)! Termino o dia com declarações de amor, com confissões que me engrandecem a alma. Boa noite, psicóloga.
E, ah, acertei três números da mega-sena. Tô quase lá, hahaha...

Prato de comida

Hoje de manhã, não sei por que, lembrei-me de algo tão remoto, tão pequeno. Certa vez, devia ter eu uns 8 anos, derrubei um prato de comida no chão. Ele ficou lá, estatelado, e eu desatei a chorar muito. Que vergonha senti diante dos meus pais. O prato era bem feio, daqueles de vidro meio marrom. A comida era simples: arroz, feijão, ovo frito, salada de tomate com cebola. E lá estava ela, quente, misturada aos cacos, fundida ao piso frio. Eram épocas de vacas magras e como me senti culpada por isso naquele dia.

17 de março de 2011

Godeaux II

Eu sei que você está bem, mas, ainda assim, sinto a sua falta.
Todo dia passo pelo quintal e suas coisinhas ainda estão lá, que saudade fazer carinho na sua cabecinha...

12 de março de 2011

Godeaux

Eu vou te amar para sempre, sempre...

11 de março de 2011

Sensação estranha

Ando sentindo uma coisa nova. Tem quase gosto de saudade, cheira um pouco à nostalgia. Mas ainda não é isso. Não sei como descrevê-la. Só sei que começou por causa de um sonho muito, muito estranho. Depois, fragmentos desse sentimento onírico saltaram para a realidade, fatos. Não sei como sentir. Parece que a morte ressucitou em mim. Besteira. Nunca deixei morrer. Porque nunca deixei nascer. Contrairement à mon miroir.

23 de fevereiro de 2011

No divã II

Eu odeio mentira e desculpa esfarrapada mais ainda!